As árvores como os livros têm folhas
E margens lisas ou recortadas,
E capas (isto é copas) e capítulos
De flores e letras de oiro nas lombadas.
E são histórias de
reis, histórias de fadas,
As mais fantásticas
aventuras,
Que se podem ler nas
suas páginas,
No pecíolo, no limbo,
nas nervuras.
As florestas são
imensas bibliotecas,
E até há florestas
especializadas,
Com faias, bétulas e um
letreiro
A dizer: “Floresta das
zonas temperadas”
É evidente que não
podes plantar
No teu quarto, plátanos
ou azinheiras.
Para começar a
construir uma biblioteca,
Basta um vaso de
sardinheiras.
Jorge Sousa Braga, In Herbário